domingo, 28 de agosto de 2022

LUCCA, A CIDADE MURALHADA.



Resolvemos conhecer Lucca, porque ela fica próxima de Pisa e poderíamos fazer um bate e volta para lá ou (como revolvemos depois), deixar para ir à Pisa no dia que estivéssemos saindo para Roma.

No final, concordamos em fazer isto, pois deu tempo suficiente para conhecer a Torre, seu entorno e ainda, como vamos ver, chegar tranquilo em Roma. 

Lucca é conhecida principalmente, pelas suas muralhas intactas, da era renascentista. O seu centro histórico é muito bem preservado, onde se tem a Piazza dell'anfiteatro que tem origem no século II, a Torre Guinigi, de 45 metros que data de 1300 , entre outras atrações. Mas o que mais nos chamou a atenção, foi o ar de cidade pequena, antiga, onde parece que o tempo passa devagarinho, apesar do movimento de turistas e da parte externa da muralha ser bem moderna.

Descemos na estação, que fica na parte externa da cidade, a 350 metros da Porta San Pietro, que é uma das entradas para a cidade antiga. E fomos caminhando até o Palazzo Alexander Hotel, que ficava a 900 metros desta entrada

Porque escolhemos este hotel, primeiro porque queríamos ficar dentro da muralha. Mesmo  não estando muito perto da estação, como normalmente gostamos de ficar, nos pareceu na hora da compra, um bom hotel. Bem próximo do centro histórico. E como dentro da cidade, existem muitos casarões que são pequenos hotéis, este nos pareceu o mais adequado ao que nós queríamos para esta viajem. No caminho para o hotel, vimos o cartaz de uma atração que não conhecíamos. O Festival de Verão de Lucca. É realizado todo ano, no mês de julho, desde 1998. Por onde já passaram grandes nomes da música, como Bob Dylan, Elton John, Sting, James Brown, Ray Charles, David Bowie, entre outros. Pensamos então... Quem sabe, possamos vir, em algum verão, num show destes. 








Chegamos para o check-in. Fomos muito bem recebidos por um senhor na recepção, que nos mostrou os quartos e nos deu todas as informaçães sobre o hotel e algumas atrações da cidade. Quanto aos quartos, eram amplos, com um banheiro grande também. A decoração era clássica combinando com o estilo do prédio. O interessante eram os nomes dos quartos. Tinham o nome de grandes óperas italianas.



Descansamos e saímos para conhecer um pouco da cidade e comer algo, já que não tinha dado tempo para almoçar. Andamos pelas ruas estreitas da cidade até o anoitecer. Fomos até a Via Fillungo, que é uma rua muito bonita, cheia de lojas e comércio bem variado.

                                                                


 Depois, andamos por umas ruas transversais a ela, onde também existem alguns comércios e restaurantes. Já noite, voltamos ao hotel, mas antes passamos num Carrefour Express e pegamos o de sempre: vinho, água, frutas, pães e frios. Aí fomos descansar para o dia seguinte.

Acordamos cedo, tomamos o café da manhã, que estava muito bom e aproveitamos para ir a uma lavanderia self service, próximo ao hotel para lavar algumas peças de roupa. Enquanto a máquina de lavar fazia o serviço, saímos andar nas imediações e a Vivian achou um boneco de pelúcia de um Koala. Pensou... pensou... e resolveu não comprar. Bom, isto ajudou a gerar uma nova visita à cidade, algum tempo depois. Mas este fato vai fazer parte de outra história. Levamos a roupa lavada e seca para o hotel e fomos conhecer as famosas muralhas. 

São aproximadamente 5,0 Km de muralhas, em volta da cidade. Por cima delas, tem uma estrada, onde as pessoas caminham ou andam de bicicleta além, de vários pontos com arvores e bancos para descanso, de onde se pode apreciar a cidade ou o entorno dela. 





Andamos algum tempo por sobre a muralha e entramos por uma rua que nos levaria a passar por um pequeno rio e um pouco adiante  achamos um restaurante muito simpático onde almoçamos.


Terminado o almoço, voltamos ao centro da cidade e fomos visitar a Catedral de Lucca. Cuja construção iniciou-se em 1063, em estilo Romântico. No século XIV, resolveram transformar a nave e a parte que atravessa perpendicularmente seu corpo principal, em gótico. 

Depois fomos a Basílica de San Frediano, que foi um bispo irlandês, muito ativo em Lucca  na primeira metade do século VI. A igreja transformou-se em uma típica Basílica romana  entre 1112 e 1147.  Nos séculos XII e XIV sua fachada foi decorada com um grande mosaico de ouro no estilo bizantino. No seu interior, todo decorado tem, abaixo do altar   um sarcófago com o corpo de São Ricardo, que faleceu em Lucca no ano de 722.




Lucca é também conhecida como a cidade das 100 igrejas. mas o que me deixou decepcionado é que, realmente a cada quadra tem uma ou até duas igrejas, mas todas, fechadas. Talvez por serem pequenas, tenham dia e hora para celebrações. Mas não achei informação quanto a isso, inclusive neste dia, a própria Catedral estava fechada.



Saímos da igreja e voltamos a caminhar até a Via Filungo. E por lá a Vivian viu uma pequena escultura em ferro de um dragão. Adorou, pensou... pensou... e resolveu também, não comprar. O que de novo nos dará no futuro, um estímulo para voltar. Mas, isso também é outra história, que fica pra depois. Continuamos nosso passeio e chegamos na Piazza dell'anfiteatro, onde era um anfiteatro romano no século II. Hoje, um anel de edifícios construídos com as estruturas remanescentes, cercam a praça e seguem a forma elíptica do antigo anfiteatro, A base deste anfiteatro, encontra-se a 3 metros, abaixo do piso.


  Em seguida retornamos e fomos até a Piazza Napoleone, onde havia uma feira natalina. Após a feira, fomos jantar em um restaurante pequeno mas acolhedor, nas proximidades e retornamos ao hotel. 

Na manhã seguinte, acordamos bem cedo, tomamos café, fizemos o check-out e saímos andando para a estação, pois queríamos chegar cedo em Pisa. Achamos que dois dias foi muito pouco tempo em Lucca. A cidade nos deixará boas recordações e temos três motivos para voltar. Vir para o festival, pegar o Koala e o Dragão de ferro, pois a Vivian,  já se arrependeu de não ter comprado e as loja só abrem após ao meio-dia.

Chegamos na estação. Compramos as passagens para Pisa e lá fomos nós.






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terça-feira, 23 de agosto de 2022

BOLONHA A CIDADE VERMELHA



 Bolonha é conhecida também como cidade vermelha, por causa de suas construções avermelhadas com telhado terracota.

Chegamos na estação de Bolonha as 13h25. Saímos do trem e fomos procurar um lugar para almoçar, pois o check-in no hotel seria somente após as 14h00. Achamos num cantinho da estação, próximo a uma das saídas, um lugar incrível, chamado Dispensa Emília, onde eu e a Vivian comemos mini sanduíches chamado de Tigelli, uma delícia e os meninos, uma massa cada um, que também estava muito saborosa.



Saímos em seguida e nos dirigimos ao hotel UNAHOTELS Bologna Centro.

Porque escolhemos este hotel, primeiro, porque fica em frente à estação, só atravessar a rua. E segundo, para ir ao centro, a distância é de aproximadamente 1,5 km.  A desvantagem, é que não tem metrô, mas tem ônibus ao lado da estação. 


                                      

Chegamos para o check-in, fomos bem atendidos. A recepcionista falava espanhol e nos deu todas as informações. Subimos para os quartos. Quartos bons, com bom espaço e bom banheiro também, só a vista que ficou a desejar, dava para a lateral de outro prédio. Tivemos um problema com a janela do nosso quarto e por isto a calefação não estava funcionando adequadamente. Veio nos atender um gerente indiano, com muita má vontade e com pouca educação. Destoava totalmente do atendimento inicial. Depois de eu ter discutido em português e meu filho traduzido para o inglês, ele resolveu parcialmente o problema, mas como voltou a funcionar, razoavelmente, resolvemos ficar neste quarto mesmo, pois fazia ligação com o dos filhos ao lado. Resolvemos que faríamos depois uma reclamação na recepção, sobre o atendimento do funcionário e mais tarde, pelo site do hotel.

Como já passavam das 16h00, resolvemos não ir para o centro e sim, visitar o Parco della Montagnola. Que é um parque público e foi construído sobre o domínio napoleônico em 1805. Fica a poucos metros do hotel e por ser inverno, tinha a vegetação muito seca e folhas caídas. O tom amarronzado das arvores proporcionavam um charme todo especial. 




Quase noite, fomos andar pelas ruas emvolta do parque e uma das peculiaridades da cidade, são as suas famosas calçadas cobertas por pórticos, outro charme, que só se encontra em Bolonha.

                                                                                     

Aproveitamos que estávamos na rua, compramos um lanche e fomos para o hotel descansar para o dia seguinte.

Dia 31/12, tomamos café no hotel e fomos conhecer o centro histórico e a preparação para a queima do velho. Que é uma tradição celebrada como rito de passagem, onde as pessoas escrevem  em folhas de papel, o que deixar no Ano Velho e os desejos a realizar no Ano Novo. E que serão colocadas dentro ou junto a um boneco recheado de palha. Quando das doze badaladas do dia 31 de dezembro, ateia-se fogo no Velho. A queima simboliza a morte do Ano Velho e a realização dos nossos desejos para o Ano Novo. Saímos a andar pelas ruas até o centro, chegamos na Piazza Maggiore, onde está a Fonte de Netuno, a Basílica de São Petrônio e o Palazzo D'Accursio. 

E claro, estavam preparando o Velho para à noite. Como no hotel nos haviam falado, que as pessoas costumavam chegar muito cedo para achar lugar na praça, e se fôssemos depois das 22h00,  provavelmente,  não conseguiríamos um lugar próximo para ver a queima do Velho. Resolvemos então que a noite veríamos o que seria melhor fazer.  

Pegamos os papéis para escrevermos o que desejar para o Ano Novo.

Pensei comigo:

-Tomara que o velho saiba ler em português!

Entregamos os nossos desejos à uma moça, que os colocaria junto ao velho, para serem queimados com a ele.




Feito isto, fomos visitar a Basílica. que é a décima quinta maior igreja católica do mundo. Com 132m de comprimento e 51m de largura, foi erguida em estilo gótico, tendo seu início em 1390 com sua obra prolongada por vários séculos, mas a sua fachada, até hoje nunca foi terminada. Por ser tão longa, no chão da nave esquerda em 1655, foi construído um meridiano astronômico ou na forma mais simples, um relógio de sol. Obra do astrônomo Giovanni Domenico Cassini, que era professor de astronomia na Universidade de Bolonha. Esta linha meridiana é considerada um dos maiores instrumentos astronômicos do mundo. Em 2002, cinco homens planejaram explodir a Basílica e foram presos. Novamente em 2006, a polícia frustrou os planos de terroristas que queriam destruir a igreja. Os terroristas afirmavam que um dos afrescos do século XV, localizado dentro da Basílica, era um insulto ao Islã. pois retratava Maomé no inferno.

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Saímos da Basílica e fomos procurar um lugar para almoçar e andando pelas ruas próximas, achamos uma loja da Lindt. Qual não foi nossa surpresa, ao vermos que os preços, estavam realmente baratos, mesmo convertendo para o real. E lá foram eles pegando chocolate e balas e eu só tentando controlar os gastos.




Saímos de lá e achamos com sorte, um pequeno restaurante nas imediações, pois estavam todos lotados e até com fila de espera.
Terminamos o almoço e resolvemos voltar, porque as lojas já estavam fechando e precisávamos comprar algo para nossa ceia de Ano Novo. Fomos a um mercado e compramos espumante e frutas e retornamos ao hotel. Depois de descansar um pouco, resolvemos jantar no restaurante do próprio hotel, pois já passava das 22h00. Após o jantar, voltamos para o quarto para esperar a meia-noite, já que, novamente nos confirmaram, que se não chegássemos cedo na praça, provavelmente, não iríamos conseguir ver a queima do Velho. 
Aguardamos a meia noite, brindamos em família mais uma vez.
Afinal, era um dia especial e estávamos os quatro juntos, em um país encantador.  Poderíamos ter desejado algo melhor para este final de ano? 

Dia 01 de janeiro, tomamos café cedo e voltamos a andar ou flanar ou, se perder, pelas ruas de Bolonha. Chegamos novamente na Piazza Maggiore e entramos por uma porta lateral no Palazzo D'Accursio, que dava para um jardim. Como estava frio e neste jardim batia um sol muito gostoso, ficamos ali, apreciando o local e nos aquecendo um pouco. Depois entramos para ver como era a parte interna. Lá havia uma cafeteria, uma ou duas lojinhas e uma escada bem interessante. Subimos por ela e fomos admirar a praça do alto.






Saímos do Palácio e fomos ver as também famosas, torres inclinadas de Bolonha.  Na Idade Média a cidade contava com mais de 100 torres. Hoje são apenas 21 e tê-las, era sinal de status. As mais famosas são: A Torre dos Asinelli, que é a mais alta delas e considerada a torre inclinada mais alta da Itália. Tem 97,2 metros e 1.3 graus de inclinação, construída pela família Asinelli entre 1109 e 1119.  A Torre Gariselda é a mais inclinada e por motivo de segurança, não é aberta à visitação. Foi construída entre o fim do século XI e início do Século XII, com 60 metros de altura. Como começou a inclinar, foi diminuída no século XIV para 48 metros, por medo de seu desmoronamento. Como era dia primeiro, a Torre dos Asinelli, estava fechada para visitação, mas conseguimos vê-las muito bem por fora. O interessante é que uma se inclina sobre a outra.

 







Continuando nossa visita à cidade, fomos almoçar em uma cantina muito parecida com as que conhecemos aqui no Brasil.  Àquelas com toalhas xadrez, comida simples mais saborosa.
Saímos do almoço e andamos por uma parte mais antiga da cidade, onde era o antigo gueto Judaico. A palavra gueto, vem da história das comunidades judaicas na Itália, e de como elas foram discriminadas por séculos. E era o único lugar da cidade onde eles podiam viver legalmente.








Andamos por algumas ruas nesta região e tomamos o caminho de volta ao hotel. Antes, nas esquinas das vias Marsala com Via Guglielmo, entramos na Igreja de San Martino, de estilo gótico, fundada em 1217.



Saímos da igreja e resolvemos voltar pelo Parco della Montagnola, e fizemos muito bem em ir por ali, pois o céu estava especial naquele entardecer deste primeiro dia do ano e o contraste de cores entre o céu e o parque era único







Ficamos por ali alguns minutos apreciando o anoitecer, para depois irmos para o hotel e descansar para a viajem do dia seguinte. Neste meio tempo, fui ao Dispensa Emília e comprei duas porções de Tigelli. Estes, mais um vinho e frutas, foram o nosso jantar de despedida de Bolonha.


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